terça-feira, 22 de novembro de 2011

Investigadores revelam contradições num dos maiores dogmas da Biologia

Código genético não é universal e pode evoluir em raros casos

Por Marlene Moura
Diferentes formas do fungo Candida albicans




Um dos maiores dogmas da Biologia afirma que todos os seres vivos utilizam o mesmo código genético, ou seja, usam regras idênticas para construir proteínas. É nesta declaração que surge uma contradição, segundo explicou Manuel Santos, investigador do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (UA).

Um consórcio internacional liderado por investigadores do Broad Institute – Instituto conjunto da Universidade de Harvard e do MIT – que integra um grupo de investigadores da UA e do seu Laboratório Associado, o Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), publica um artigo na revista
«Nature» com os resultados de um estudo que apresenta a sequenciação e anotação dos genomas de oito fungos patogénicos.
A investigação mostra como oito fungos patogénicos interagem com o sistema imunitário e como causam infecção, revelando, ainda, características fundamentais dos seus genomas que permitem compreender a sua ecologia, mecanismos de reprodução e adaptação.

“Muitas vezes, o código genético é confundido com o genoma, mas são diferentes”, relembra Manuel Santos. O investigador assinala ainda ao «Ciência Hoje» que “o primeiro corresponde a um conjunto de regras bioquímicas que define como a informação contida no DNA é traduzida para a que está contida nas proteínas”.

O artigo explica como é possível alterar o código genético e é aqui que surge uma violação desse dogma da Biologia, ou seja, uma das teorias desta ciência “diz que o código genético é universal, não pode evoluir e caso aconteça poderá ser letal, mas este estudo invalida esta afirmação”, reiterou o investigador da UA.

No código genético, a informação distribui-se num conjunto de três letras ao qual se chama codão e, por exemplo, o CTG é lido como leucinas (aminoácido codificado pelo código genético) e “se houver uma troca altera-se o significado, tal como num texto”.
Casos raros

No entanto, Manuel Santos assinala que “acontece apenas em casos raros” e “levanta muitas questões”. As proteínas quando sintetizadas “são alteradas”. Por exemplo, nas células humanas verificam-se dois genomas: “o nuclear, que contém todos os genes que nos formam e o mitocondrial, muito mais pequeno e onde se pode observar uma alteração ao código genético, embora diferente da dos fungos”, refere.
Células do fungo vistas a microscópio


Estes escassos casos são mais comuns em Mitocôndrias (um dos organelos celulares mais importantes para respiração celular) dos eucariotas (organismos cujas células têm núcleo definido).

Para o docente da UA, esta alteração não é novidade, mas sim o facto de se poder explicar a forma como evolui. “Para entender este código químico é necessário conhecê-lo, tal como um código Morse ou Braille”.
A análise dos fungos em estudo relevou que os codões CUG, que no código genético dos outros seres vivos codificam o aminoácido leucina, alteraram a sua identidade para o aminoácido serina. Os resultados mostram que 99 por cento dos codões CUG originais desapareceram destes genomas e que reemergiram em novas posições nos genes com um significado diferente. Por último, o estudo revê o catálogo dos genes do principal fungo patogénico Candida albicans, identificando inúmeros genes novos.

O artigo publicado reporta os fungos do género Candida como sendo a maior causa de infecções fúngicas oportunistas a nível mundial, fala das sequências dos genomas de oito espécies e compara-os destacando os patogénicos e não patogénicos.

Nos primeiros existe uma expansão significativa no número de genes que codificam componentes das paredes celulares e de proteínas excretadas, bem como de outras proteínas envolvidas no transporte de nutrientes do meio ambiente para o interior das células, o que sugere adaptações associadas à patogénese nestes fungos.

“Em três das espécies diplóides grandes regiões do genoma são homozigóticas, sugerindo recombinação recente dos seus genomas. Surpreendentemente, em algumas das espécies não foi possível encontrar vários dos componentes que controlam o mecanismo de divisão celular, o que levanta novas questões sobre a maneira como estes fungos se produzem”, pode ler-se no artigo.

Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=32306&op=all
DNA RNA

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

OSMOSE EM VEGETAIS






Em vegetais, apesar de grande similaridade com animais, a osmose tem suas particularidades. Primeiramente por não haver ruptura da célula devido à resistência que a parede celular proporciona e também pela presença do vacúolo que suporta certa quantidade de água. Ocorre, no entanto, outros acontecimentos como:
  • Turgidez - mergulhada em um meio hipotônico, a célula tende a absorver mais do que ceder água. Com isso a célula se "enche" por alcançar volume máximo (mas não se rompe, criando a impressão de "balão") de conteúdo.
Designa-se por transporte, o movimento de moléculas e de ions entre diferentes compartimentos de um sistema biológico.
A água existente no solo e, dissolvidos nela, existem sais minerais sob a forma de iões que, deste modo, podem ser facilmente absorvidos pelas plantas. É pelas raízes que a planta absorve água e sais minerais da solução do solo. Mas, se a absorção é possível ao longo de toda a raiz, é, no entanto, através dos pêlos radiculares (zona pilosa da raiz) que a absorção é maior. A existência de pêlos radiculares aumenta consideravelmente a superfície de absorção.

A água é absorvida em grande parte por osmose.




    http://amigodasciencias.blogspot.com/2009/04/transporte-nas-plantas.html
    Osmose e paramécio
Se um paramécio é colocado em um meio hipotônico, absorve água por osmose. O excesso de água é eliminado pelo aumento de freqüência dos batimentos do vacúolo pulsátil (ou contrátil).









Protozoários marinhos não possuem vacúolo pulsátil, já que o meio externo é hipertônico.
A pressão osmótica de uma solução pode ser medida em um osmômetro. A solução avaliada é colocada em um tubo de vidro fechado com uma membrana semipermeável, introduzido em um recipiente contendo água destilada, como mostra a figura.
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia/cito8.php
  

sábado, 17 de setembro de 2011

Osmose

Os alunos da EEEP Dr. José Iran Costa, Várzea Alegre-Ce dos cursos de Eletrotécnico e Mecânica tiveram aula sobre o fenômeno da osmose no laboratório de Biologia.


Na osmose água se movimenta livremente através da membrana, sempre do local de menor concentração de soluto para o de maior concentração. A pressão com a qual a água é forçada a atravessar a membrana é conhecida por pressão osmótica.
A osmose não é influenciada pela natureza do soluto, mas pelo número de partículas. Quando duas soluções contêm a mesma quantidade de partículas por unidade de volume, mesmo que não sejam do mesmo tipo, exercem a mesma pressão osmótica e são isotônicas. Caso sejam separadas por uma membrana, haverá fluxo de água nos dois sentidos de modo proporcional.














quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A CÉLULA SINTÉTICA



                      Colônia de bactérias Mycoplasma mycoides
 
O feito, anunciado no dia 20 de maio de 2011, aconteceu nos Estados Unidos e envolveu um trabalho de 15 anos, 40 milhões de dólares e uma equipe de 20 pessoas, liderados por Craig Venter, o responsável pelo seqüenciamento do genoma humano, há dez anos.
Embora seja tentador rotulá-lo como a criação de vida artificial, ainda não é o caso: o DNA, embora montado em laboratório, é o de uma espécie, Mycoplasma mycoides, e foi inserido em outra espécie, a Mycoplasma capricolum. É como se, em vez de pegar um livro de instruções já existente, a equipe de Venter redigitou todos seus capítulos, colocando umas alterações aqui e ali para diferenciá-lo do DNA natural da célula.
Daí veio a novidade: depois de algum tempo, as células de M. capricolum começaram a ler as novas instruções, e iniciaram a produção das proteínas da M. mycoides, se comportando e aparentando ser a própria. Para todos os efeitos, ela tinha se transformado em uma Mycoplasma mycoides.

Como os cientistas criaram a célula sintética
Foto: Arte/iG

A analogia com computadores, que Venter usou em uma coletiva de imprensa, também é válida: o “sistema operacional” de fábrica da bactéria foi trocado por outro, criado em laboratório, e ela começou a se comportar como o novo software mandava. Ainda assim, é vida a partir da vida, e não vida a partir do zero.
Riscos
O diretor de bioética do Vaticano, Rino Fisichella, foi cuidadoso. Disse que é preciso ver como a descoberta será implementada no futuro. A diretora do Instituto Internacional de Bioética, Jennifer Miller, alertou que a preocupação é que a célula sintética possa se transformar numa arma biológica. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, determinou à Comissão de Bioética do Governo uma investigação sobre a pesquisa.

Benefícios

“A partir do domínio dessa tecnologia, é possível criar bactérias capazes de degradar um poluente ou de degradar um óleo que estava vazando” (Stevens Rehen.)

“A tecnologia sempre pode ser usada para uma coisa benéfica. Nesse caso, isso pode ser uma coisa benéfica no futuro. Você pode gerar micro-organismos que atacam outros, desobstruir artérias, drogas inteligentes. Fazer baterias biológicas, gerar energia a partir de organismos vivos” ( Marcelo Briones.)

“Essa tecnologia pode ser comparada com o que aconteceu com a tecnologia nuclear. Ela pode ser usada para a medicina, para gerar energia. E pode ser utilizada para fins bélicos. O mesmo acontece com a aviação. Um avião tem funções das melhores possíveis, mas também pode ser usado para coisas ruins. É preciso regulamentar a tecnologia e criar uma legislação capaz de controlar quem vai fazer uso dessa tecnologia para que ela, de fato, seja só benéfica para a sociedade”, constata Stevens Rehen.


O biólogo Craig Venter, criador da célula sintética: um prodígio científico com tendências à auto-promoção

( Adapatado da internet em 24/08/2011:

Questões discursivas:

  1. Por que a célula de Venter não pode ser considerada uma vida artificial?
  2. De qual bactéria foi tirado o DNA para ser modificado no laboratório pela a equipe de Venter?
  3. Em qual espécie de bactéria foi inserido o DNA modificado pela equipe de Venter?
  4. Descreva resumidamente como foi feito a bactéria sintética.
  5. Quais os riscos e benefícios da sintetização de células em laboratórios?