quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A CÉLULA SINTÉTICA



                      Colônia de bactérias Mycoplasma mycoides
 
O feito, anunciado no dia 20 de maio de 2011, aconteceu nos Estados Unidos e envolveu um trabalho de 15 anos, 40 milhões de dólares e uma equipe de 20 pessoas, liderados por Craig Venter, o responsável pelo seqüenciamento do genoma humano, há dez anos.
Embora seja tentador rotulá-lo como a criação de vida artificial, ainda não é o caso: o DNA, embora montado em laboratório, é o de uma espécie, Mycoplasma mycoides, e foi inserido em outra espécie, a Mycoplasma capricolum. É como se, em vez de pegar um livro de instruções já existente, a equipe de Venter redigitou todos seus capítulos, colocando umas alterações aqui e ali para diferenciá-lo do DNA natural da célula.
Daí veio a novidade: depois de algum tempo, as células de M. capricolum começaram a ler as novas instruções, e iniciaram a produção das proteínas da M. mycoides, se comportando e aparentando ser a própria. Para todos os efeitos, ela tinha se transformado em uma Mycoplasma mycoides.

Como os cientistas criaram a célula sintética
Foto: Arte/iG

A analogia com computadores, que Venter usou em uma coletiva de imprensa, também é válida: o “sistema operacional” de fábrica da bactéria foi trocado por outro, criado em laboratório, e ela começou a se comportar como o novo software mandava. Ainda assim, é vida a partir da vida, e não vida a partir do zero.
Riscos
O diretor de bioética do Vaticano, Rino Fisichella, foi cuidadoso. Disse que é preciso ver como a descoberta será implementada no futuro. A diretora do Instituto Internacional de Bioética, Jennifer Miller, alertou que a preocupação é que a célula sintética possa se transformar numa arma biológica. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, determinou à Comissão de Bioética do Governo uma investigação sobre a pesquisa.

Benefícios

“A partir do domínio dessa tecnologia, é possível criar bactérias capazes de degradar um poluente ou de degradar um óleo que estava vazando” (Stevens Rehen.)

“A tecnologia sempre pode ser usada para uma coisa benéfica. Nesse caso, isso pode ser uma coisa benéfica no futuro. Você pode gerar micro-organismos que atacam outros, desobstruir artérias, drogas inteligentes. Fazer baterias biológicas, gerar energia a partir de organismos vivos” ( Marcelo Briones.)

“Essa tecnologia pode ser comparada com o que aconteceu com a tecnologia nuclear. Ela pode ser usada para a medicina, para gerar energia. E pode ser utilizada para fins bélicos. O mesmo acontece com a aviação. Um avião tem funções das melhores possíveis, mas também pode ser usado para coisas ruins. É preciso regulamentar a tecnologia e criar uma legislação capaz de controlar quem vai fazer uso dessa tecnologia para que ela, de fato, seja só benéfica para a sociedade”, constata Stevens Rehen.


O biólogo Craig Venter, criador da célula sintética: um prodígio científico com tendências à auto-promoção

( Adapatado da internet em 24/08/2011:

Questões discursivas:

  1. Por que a célula de Venter não pode ser considerada uma vida artificial?
  2. De qual bactéria foi tirado o DNA para ser modificado no laboratório pela a equipe de Venter?
  3. Em qual espécie de bactéria foi inserido o DNA modificado pela equipe de Venter?
  4. Descreva resumidamente como foi feito a bactéria sintética.
  5. Quais os riscos e benefícios da sintetização de células em laboratórios?