Não se sabe exatamente quem inventou
o microscópio porém sabe-se muito bem que depois dessa invenção, lá pelo início
do século XVII, nossa percepção do mundo ficou muito diferente. Muitos atribuem
a invenção deste instrumento a Galileu, porém foi Leeuwenhoek quem realmente
aperfeiçoou o instrumento e o utilizou na observação de seres vivos. Dotados de
apenas uma lente de vidro, os primeiros microscópios permitiam aumentos de até
300 vezes com razoável nitidez. E todo um mundo que se encontrava invisível aos
nossos olhos, se descortinou.
Com este instrumento muito simples,
Leeuwenhoek estudou os glóbulos vermelhos do sangue e constatou a existência
dos espermatozóides. Este cientista também desvendou o extraordinário mundo dos
micróbios (ou seja, seres microscópicos), hoje mais conhecidos como
microrganismos.
O microscópio simples de
Leeuwenhoek, foi aprimorado por Hooke, ganhando mais uma lente. Deste modo,
foram obtidos aumentos ainda maiores.
Os microscópios óticos modernos são
descendentes sofisticados do microscópio composto de Hooke e muito mais
poderosos do que os pequenos instrumentos usados pelos cientistas no início do
século XVII. Eles são dotados de 2 sistemas de lentes de cristal (oculares e
objetivas) que produzem ampliações de imagem que vão em geral de 100 a 1000
vezes, deste modo revelando detalhes, até então invisíveis para nossa visão.
No microscópio ótico, a luz que
chega aos nossos olhos para formar a imagem, atravessa primeiro o objeto em
estudo. Por isto, o material a ser observado não pode ser opaco. Muitas vezes,
para se obter material biológico translúcido o suficiente para ser bem
observado ao microscópio, é preciso preparar convenientemente o material que
quer estudar. Para isto são feitos cortes muitos finos, de preferência com uma
máquina semelhante a um fatiador de presunto, chamada micrótomo. O material a
ser cortado recebe um tratamento de desidratação e inclusão em parafina que
facilita o manuseio e permite que sejam cortadas fatias muito finas.
O microscópio eletrônico apareceu em
1932 e vem sendo rapidamente aperfeiçoado. As máquinas mais atuais permitem
aumentos de 5 mil a 500 mil vezes, sem muita dificuldade. A diferença básica
entre os microscópios ótico e eletrônico é que neste último não é utilizada a
luz, mas sim feixes de elétrons. No microscópio eletrônico não há lentes de
cristal e sim bobinas, chamadas de lentes eletromagnéticas. Estas lentes
ampliam a imagem gerada pela passagem do feixe de elétrons no material e a
projetam para uma tela onde é formada uma imagem de pontos mais ou menos brilhantes,
semelhante à de um televisor em branco e preto.
Não é possível observar material
vivo neste tipo de microscópio. O material a ser estudado passa por um complexo
processo de desidratação, fixação e inclusão em resinas especiais, muito duras,
que permitem cortes ultrafinos obtidos através das navalhas de vidro do
instrumento conhecido como ultramicrótomo.
Fonte: www.cnpab.embrapa.br
MICROSCÓPIO
ÓPTICO
O Microscópio óptico é um
instrumento usado para ampliar, com uma série de lentes, estruturas pequenas
impossíveis de visualizar a olho nu.
É constituído por um componente
mecânico que suporta e permite controlar um componente óptico que amplia as
imagens.
Microscópio óptico.
Porção
mecânica
A porção mecânica é composta por:
Pé ou base – serve de apoio dos
restantes componentes do microscópio.
Coluna ou braço – fixo à base, serve
de suporte a outros elementos.
Platina – onde se fixa a reparação a
observar; tem uma janela por onde passam os raios luminosos e também parafusos dentados
que permitem deslocar a preparação.
Tubo ou canhão – suporta a ocular na
extremidade superior.
Revólver – peça giratória portadora
de objectivas de diferentes ampliações.
Parafuso macrométrico – a sua
rotação é responsável por movimentos verticais da platina, rápidos e de grande
amplitude.
Parafuso micrométrico – a sua
rotação é responsável por movimentos verticais da platina, lentos e de pequena
amplitude, permitem aperfeiçoar a focagem.
Porção
óptica
Na parte óptica temos:
Condensador – conjunto de duas ou
mais lentes convergentes que orientam e espalham regularmente a luz emitida
pela fonte luminosa sobre o campo de visão do microscópio.
Diafragma – é constituído por palhetas
que podem ser aproximadas ou afastadas do centro através de uma alavanca ou
parafuso, permitindo regular a intensidade da luz que incide no campo de visão
do microscópio.
Objectivas – permitem ampliar a
imagem do objecto 10x, 40x, 50x, 90x ou 100x.
As objectivas de 10x, 40x e 50x são
designadas objectivas secas pois entre a preparação e a objectiva existe
somente ar.
As objectivas de 90x e 100x são
designadas objectivas de imersão, uma vez que, para as utilizar, é necessário
colocar uma gota de óleo de imersão entre elas e a preparação, a qual, por ter
um índice de refracção semelhante ao do vidro, evita o desvio do feixe luminoso
para fora da objectiva.
Oculares – sistema de lentes que
permite ampliarem a imagem real fornecida pela objectiva, formando uma imagem
virtual que se situa a aproximadamente 25 cm dos olhos do observador. As
oculares mais utilizadas são as de ampliação 10x, mas nos microscópios
binoculares também existem oculares de 12,5, 8x e 6x.
Fonte luminosa – a mais utilizada
actualmente é a luz artificial, fornecida por uma lâmpada de tungsténio ou de
halogéneo, incluída no aparelho juntamente com um interruptor com reóstato, que
permite regular a intensidade da luz emitida......
Operação
A intensidade luminosa é regulavel:
aumenta-se a intensidade luminosa sobindo-se o condensador e abre-se o
diafragma ou diminui-se a intensidade luminosa descendo o condensador e
baixa-se o diafragma.
A ampliação consiste no grau de
aumento da imagem em relação ao objecto. A ampliação total obtida com o
microscópio óptico consiste no produto da ampliação da objectiva pela ampliação
da ocular. Esta, sem distorção, não ultrapassa as 1200x.
O factor mais significativo para a
obtenção de uma boa imagem é, contudo, o poder de resolução, que corresponde à
distância mínima que é necessário existir entre dois pontos para que possam ser
distinguidos ao microscópio. Para o microscópio óptico essa distância é de 0,2
µm devido ao comprimento de onda das radiações visíveis. Com efeito, a
propriedade da ampliação só tem interesse prático se for acompanhada de um
aumento do poder de resolução.
No que respeita a microscopia óptica
vulgar existem dois métodos fundamentais de observação, de acordo com o tipo de
preparação a observar:
Se a lâmina não está corada (exame a
fresco): a observação é feita com objectivas secas, do seguinte modo:
Desce-se o condensador e sobe-se o
diafragma para que a iluminação não seja muito intensa, já que as lâminas não
estão coradas.
Com a objectiva de 10x escolhe-se o
pormenor a observar.
Seguidamente foca-se com a objectiva
de 40x, fazendo uma primeira aproximação da objectiva à lâmina por controlo
visual externo, e só depois a focagem por afastamento usando o parafuso
macrométrico e posteriormente o micrométrico para focagem final.
Se a lâmina está corada: a
observação é feita com objectivas de imersão, procedendo do seguinte modo.
Sobe-se o condensador, abre-se o
diafragma e regula-se a iluminação da fonte luminosa no máximo, de modo a
conseguir-se uma iluminação intensa, apropriada à observação de lâmina coradas.
Coloca-se na lâmina uma gota de óleo
de imersão e procede-se à focagem. Primeiro aproximando a objectiva à lâmina
com controlo visual externo, seguidamente a focagem propriamente dita com o
parafuso macrométrico e finalmente o aperfeiçoamento da focagem com o parafuso
micrométrico.
Alguns microorganismos estão no
limiar do poder de resolução do microscópio óptico. A sua observação pode ser
facilitada com o emprego de técnicas especiais de microscopia óptica.
Microscópio de 1751
Microscopia
de fundo escuro
É uma aplicação do princípio de
Tyndall. Assim os corpúsculos a examinar são fortemente iluminados por feixes
luminosos que penetram lateralmente, o que é conseguido com condensadores
especiais. Deste modo, a única luz que penetra na objectiva é a difractada
pelas partículas presentes na preparação, pelo que passam a ser visíveis em
fundo escuro.
Microscopia
de fluorescência
Permite observar microorganismos
capazes de fixar substâncias fluorescentes (fluorocromos). A luz UV, ao incidir
nessas partículas, provoca a emissão de luz visível e observa-se os
microorganismos a brilhar em fundo escuro. Como exemplo, o bacilo da
tuberculose fixa a auramina, pelo que o diagnóstico da doença pode ser feito
por microscopia de fluorescência.
Microscopia
de contraste de fase
Permite a observação de
microorganismos vivos, sem coloração, através do contraste devido à diferença
de fase dos raios luminosos que atravessam o fundo relativamente à fase da luz
que atravessa os microorganismos. Esta diferença de fase é conseguida por
utilização de uma objectiva de fase, que consiste num disco de vidro com um
escavação circular, de modo que a luz que atravessa a escavação tem diferença
de 1/4 de fase em relação à que travessa a outra porção do vidro. Assim, os
objectos não corados podem funcionar como verdadeiras redes de difracção, pois
os pormenores da sua estructura resultam de pequenas diferenças nos índices de
refracção dos componentes celulares, e estes originam diferenças de fase nas
radiações que os atravessam
As
recomendações gerais de comportamento, que devem ser seguidas por todos os
usuários de um laboratório de biologia são:
- Usar guarda-pó abotoado, sapatos fechados
e cabelos presos.
- Não pipetar produto algum com a boca.
Jamais;
- Não
usar produto algum que não esteja devidamente rotulado;
- Não
levar jamais as mãos à boca ou aos olhos quando estiver manuseando produtos
químicos;
- Verificar sempre a toxicidade e a
inflamabilidade dos produtos com os quais se esteja trabalhando;
- Discutir sempre com o professor ou
supervisor a experiência que será feita;
- Jamais trabalhar sozinho em um
laboratório;
- Jamais manipular produtos inflamáveis
perto de chamas ou fontes de calor;
- Procurar sempre discutir com o professor
ou supervisor o local correto de descarte dos produtos tóxicos, inflamáveis,
mau-cheirosos, lacrimogêneos, pouco biodegradáveis ou que reagem com a água;
- Jamais correr , comer ou beber em
laboratório.
- Produtos cáusticos ou que penetram
facilmente através da pele devem ser manuseados com luvas apropriadas. De
qualquer forma, lavar sempre as mãos após manipulação de qualquer produto
químico;
- Produtos voláteis e/ ou tóxicos devem
sempre ser manipulados na capela e em casos especiais, com máscaras de proteção
adequadas a cada caso;
- Ser cuidadoso e organizado com o material
usado nas experiências.
Indumentária Apropriada
1. Avental de mangas compridas,
longos até os joelhos, com fios de algodão na composição do tecido.
2. Calça comprida de tecido não inteiramente sintético.
3. Sapato fechado, de couro ou assemelhado.
4. Óculos de segurança.
5. Luvas
Indumentária Proibida
1. Bermuda ou short.
2. Sandália, Chinelo, Sapato aberto.
3. Uso de lente de contato.
4. Uso de braceletes, correntes ou outros adereços.
5. Avental de naylon ou 100% poliester.
Hábitos Individuais
Faça no Laboratório
1. Lave as mãos antes de iniciar seu trabalho.
2. Lave as mãos entre dois procedimentos.
3. Lave as mãos antes de sair do laboratório.
4. Certifique-se da localização do chuveiro de emergência, lava-olhos, e suas
operacionalizações.
5. Conheça a localização e os tipos de extintores de incêndio no laboratório.
6. Conheça a localização das saídas de emergências.
Não Faça no Laboratório
1. Sentar ou debruçar na bancada
2. Sentar no chão
Atitudes Individuais com Ácidos
1. Adicione sempre o ácido à
água; nunca faça o inverso.
Atitudes Individuais com Bicos de Gás
1. Feche completamente a válvula
de regulagem de altura de chama.
2. Abra o registro do bloqueador da linha de alimentação.
3. Providencie uma chama piloto e aproxime do bico de gás.
4. Abra lentamente a válvula de regulagem de altura de chama até que o bico de
gás ascenda.
5. Regule a chama.
Atitudes Individuais com Soluções
Observação: Cerca de 80% das
soluções químicas concentradas são nocivas aos organismos vivos, principalmente
se mistradas por via oral.
1. Não transporte soluções em
recipientes de boca largas, se tiver que efetuá-lo por certa distância, triplique
sua atenção durante o percurso e solicite um colega que o acompanhe.
2. Não leve a boca a qualquer
reagente químico, nem mesmo o mais diluído.
3. Certifique-se da concentração
e da data de preparação de uma solução antes de usá-la.
4. Não pipete, aspirando com a
boca, líquidos cáusticos, venenosos ou corantes, use pêra de segurança.
5. Não use o mesmo equipamento
volumétrico para medir simultâneamente soluções diferentes.
6. Volumes de soluções
padronizadas, tiradas dos recipientes de origem e não utilizadas, devem ser
descartados e não retornados ao recipiente de origem.
Descarte de Sólidos e Líquidos
1. Deverá ser efetuado em recipientes apropriados separando-se o descarte de
orgânicos de inorgânicos.
Cuidados com Aquecimento, incluído: Reação exotérmica, chama
direta, resistência elétrica e banho-maria.
1. Não aqueça bruscamente
qualquer substância.
2. Nunca dirija a abertura de
tubos de ensaio ou frascos para si ou para outrem durante o aquecimento.
3. Não deixe sem o aviso
"cuidado material aquecido", equipamento ou vidraria que tenha sido
removida de sua fonte de aquecimento, ainda quente e deixado repousar em lugar
que possa ser tocado inadvertidamente.
4. Não utilize "chama
exposta" em locais onde esteja ocorrendo manuseio de solventes voláteis, tais
como éteres, acetona, metanol, etanol, etc.
5. Não aqueça fora das capelas,
substâncias que gerem vapores ou fumos tóxicos.
Manuseio e Cuidados com Frasco de Reagentes
1. Leia cuidadosamente o rótulo
do frasco antes de utilizá-lo, habitue-se a lê-lo, mais uma vez, ao pegá-lo, e
novamente antes de usá-lo.
2. Ao utilizar uma substância
sólida ou líquida dos frascos de reagentes, pegue-o de modo que sua mão proteja
o rótulo e incline-o de modo que o fluxo escoe do lado oposto ao rótulo.
3. Muito cuidado com as tampas
dos frascos, não permita que ele seja contaminada ou contamine-se. Se
necessário use o auxílio de vidros de relógio, placas de Petri, etc. Para
evitar que isso aconteça.
4. Ao acondicionar um reagente,
certifique-se antes da compatibilidade com o frasco, por exemplo, substâncias
sensíveis à luz, não podem ser acondicionadas em embalagens translúcidas.
5. Não cheire diretamente
frascos de nenhum produto químico, aprenda esta técnica e passe a utilizá-la de
início, mesmo que o frasco contenha perfume.
6. Os cuidados com o descarte de
frascos vazios de reagentes não devem ser menores que os cuidados com o
descarte de soluções que eles dão origem.
Cuidados com Aparelhagem, Equipamentos e Vidrarias Laboratoriais
1. Antes de iniciar a montagem,
inspecione a aparelhagem, certifique-se de que ela esteja completa, intacta e
em condições de uso.
2. Não utilize material de vidro
trincado, quebrado, com arestas cortantes.
3. Não seque equipamentos
volumétricos utilizando estufas aquecidas ou ar comprimido.
4. Não utilizes tubos de vidro,
termômetros em rolha, sem antes lubrificá-los com vaselina e proteger as mãos
com luvas apropriadas ou toalha de pano.
A turma do 1º Ano "D" do Curso de Mecânica da EEEP Doutor José Iran
Costa- Várzea Alegre CE, realizou sua primeira aula de Campo . Os alunos divididos em grupos, fizeram observações do
ecossistema local e tiveram aula sobre níveis de organização dos seres
vivos e eutrofização da Lagoa.Veja as fotos: